Na época em que o Brasil ainda era um colônia de Portugal, um agente do Serviço Secreto Português foi enviado para cá com o objetivo de obter informações sobre as atividades dos grupos que lutavam pela independência dessa colônia. Ele deveria ir até uma determinada cidade e lá procurar o agente local de nome Manoel. O reconhecimento se daria através de uma senha. Assim que chegou à cidade, ele tomou um táxi e, enquanto ia para o hotel, conversava com o motorista.
– Estou a procura um homem de nome Manoel. Será que o senhor o conhece?
– Aqui tem muita gente com esse nome – disse o motorista. – O dono da padaria chama-se Manoel, o dono da farmácia também chama-se Manoel. Conheço três mulheres que são viúvas de homens que se chamavam Manoel. Esse é o nome mais comum aqui na cidade. Eu mesmo me chamo Manoel.
O agente pensou um pouco e achou que devia fazer um teste com o motorista. Quem sabe não seria ele o elemento de contato? E foi dizendo, de uma maneira bem casual, a frase-senha:
– O dia está calmo e as pessoas estão felizes. Há poucos carros nas ruas.
Ouvindo isto, o motorista falou:
– Ah! O senhor está a procurar o Manoel, o agente secreto. Ele mora ali ao lado da igreja. Vamos até lá.